segunda-feira, 12 de maio de 2014

Giselle Beiguelman




Giselle Beiguelman é artista, curadora e pesquisadora, professora da FAU-USP, realiza sua produção através de seus estudos e sobre cultura digital. 
Faz uso da tecnologia para falar de temas como mídia digital, cultura de massa criticas sociais e questões culturais, sempre a partir de filmagens e/ou montagens.
Um de seus trabalhos sobre ciberliteratura intitulado O Livro Depois do Livro tem como foco a não linearidade trazendo o leitor a participar da obra. A interatividade é muito presente em seus trabalhos, principalmente em ações coletivas realizadas em espaços urbanos. Eles não seguem um contexto ou tema, mas representam as experiências digitais e audiovisuais de Beiguelman.


  
captura de tela
O Livro Depois do Livro


"Seu trabalho inclui intervenções em espaços públicos, projetos de rede e aplicações de arte móvel, exibidos internacionalmente nos principais museus de arte de mídia, centros de pesquisa e espaços de arte contemporânea..."





Abaixo alguns dos videos produzidos por Beiguelman:







Este vídeo documental é sobre o projeto Poetrica, relacionados à poemas visuais.

Perimetral, um estudo sobre a estética do ruído

No site abaixo, pessoal da artista, está catalogado todos os seus videos e estes explicados por ela.
http://www.desvirtual.com/

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Autor Ensandecido

Autor Ensandecido é um projeto de vídeo-poesias. idealizado por Douglas Siqueira, meu antigo professor de Photoshop na Casa Taiguara de Cultura Digital.
Sério, deem uma olhada.


Youtube: Superviver Produções Artísticas
Facebook: Autor Ensandecido

[Em breve, postarei entrevista]

Josely Carvalho




Nascida em São Paulo,  Josely Maria Sounis Carvalho de Oliveira (1942 - ) é artista plástica que agrega o hibridismo e o transitório, junto às novas tecnologias. Em sua vasta obra já trabalhou com gravura, pintura, poesia, vídeo-som, livro-arte, fotografia, instalação e web art.
Graduada em 1967 pela Escola de Arquitetura da Washington University, St. Louis, dedicou-se nos anos 70 à serigrafia, organizando eventos públicos nos Estados Unidos, México e Brasil. Em 1980/1990 inicia trabalhos com utilização de meios eletrônicos e digitais da época.

Ganhadora de inúmeras bolsas e prêmios internacionais (Estados Unidos e Itália) e com exposições conjuntas e solo (Brasil, Venezuela, Estados Unidos, México) sua importância se deve acima de tudo pela sua interpretação plural de mundo, ao explorar e criar com os mais diversos materiais (vidro, papéis, madeiras, tijolos, recicláveis, tecnológicos) obras de arte reflexivas e sensoriais.






Em 1994 a artista foi convidada por Marcello Glycério de Freitas, diretor do projeto de arte no Metrô, a ornamentar a estação do Armênia, do Metrô de São Paulo. Partindo da ideia de ponte cultural entre Brasil e Armênia, ela decidiu simbolizar a mistura de culturas através de um pássaro.

Na instalação foi usado barro, espelho d’água, paisagismo e vidro jateado.

Vista de fora

Artista e obra ao fundo


Book of Roofs (Livro das Telhas), sua obra mais importante, é um projeto de mídia/ instalação de livro escultural conceitual, que consistia uma instalação de video usando um caminhão de 3.000 telhas de barro, dispostos em padrões circulares. Hoje, com site interativo¹, a obra explora uma montagem interativa, com narrativa não-linear e associações históricas, memórias individuais e coletivas.


Desde 1976 a artista vive em Nova York, porém mantém um ateliê no Rio de Janeiro.

A artista também possui uma página no Youtube para divulgação de seus trabalhos, porém totalmente em inglês.

¹ Book of Roofs <http://www.bookofroofs.com/>

Referencias Bibliográficas:

domingo, 4 de maio de 2014

Paulo Laurentiz
  



Paulo Laurentiz nasceu em São Paulo, em 1953, e faleceu em 1991. 
Graduou-se em Artes pela Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) e em Propaganda pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Fez Mestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP e Doutorado pela mesma instituição com a tese "A Holarquia do Pensamento Art
ístico". Lecionava desde 1988 no Instituto de Artes da Unicamp, em cursos de pós-graduação. Enquanto artista-produtor, reunia diversas participações: Diversões Eletrônicas e A Trama do Gosto, trabalhos em SSTV, Fundação Bienal, São Paulo, 1988; Intercities e City Portraits e Impromptu, eventos internacionais, trabalhos em fac-símile, 1988-1990. 
Foi importante articulador de acontecimentos na área de arte/tecnologia, além de ter sido também um dos primeiros a teorizaram sobre esse assunto no Brasil (seu livro/tese A Holarquia do Pensamento Artístico é hoje um clássico na área). 
Esteve à frente de alguns dos mais importantes eventos na área de arte-comunicação:

Diversões Eletrônicas e A Trama do Gosto, trabalhos em SSTV, Fundação Bienal, São Paulo, 1988; Intercities e City Portraits e Impromptu, eventos internacionais, trabalhos em fac-símile, 1988-1990; 21ª Bienal Internacional de São Paulo, instalação multimídia, 1991 (com o grupo *.*). Das exposições individuais destacam-se Sacadas, fotomontagens, no MIS, São Paulo, 1982; Horizontown Horizontao, instalação, Centro Cultural São Paulo, 1986; e Instalações Elétricas, no MIS, São Paulo, 1988.


Link da Holarquia do Pensamento Artístico, de Paulo Laurentiz:

quinta-feira, 1 de maio de 2014

André Parente




André de Souza Parente nasceu em Sabinopolis 1957. Artista visual, pesquisador e professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em 1991 fundou o núcle de tecnologia da imagem, com foco no cinema, artes visuais e novas midias. Seus trabalhos tranzitam entre videos, fotografia, video instalação e intalações interativas.
Sua presença é marcante, tendo realizado exposições individuais e coletivas no Brasil, França, México, Alemanha, Suecia, Espanha entre outros paizes. E “coleciona” titulos e premiações do Brasil e do mundo. Além disso tem uma série de livros sobre cinema, estetica e novas midias, entre eles citam: Imagem-máquina. A era das tecnologias do virtual (1993); Sobre o cinema do simulacro. Cinema existencial, cinema estrutural e cinema brasileiro contemporâneo (1998); O virtual e o hipertextual (1999); Narrativa e modernidade. O cinema não–narrativo do pós-guerra (2000); Tramas da rede Novas dimensões filosóficas, estéticas e políticas da comunicação (2005); Cinema et Narrativité (2005), 


Sua obra:

O interesse de Parente pela questão da imagem tem início nos anos 1970 quando o artista ingressa na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, cursando oficinas de cinema, fotografia e gravura. Entre os anos 1975 e 1978 realiza uma série de filmes em super 8 e, influenciado pelo grupo de pioneiros em vídeo-arte, desenvolve seus primeiros vídeos em parceria com Letícia Parente, seja como modelo, câmera ou co-autor. No final dos anos 1970, Parente ingressa na Cooperativa dos Realizadores Cinematográficos Autônomos (Corsina), da qual participavam além de Lygia Pape e Arthur Omar, vários outros cineastas que estavam preocupados com o cinema experimental.





Andre Parentes é um questionador do espaço e do tempo, suas obras levam o telespectador a questionar sua própria realidade.


FILMES:


A Morte da Galinha em Sabinopolis (1976, Super-8, 18 minutos)
Documentário narrado, na primeira pessoa, da Festa de Nossa Senhora da Aparecida, na cidade em que o artista nasceu e que ele estava revisitando pela primeira vez. 

Escola de artes visuais do Parque Lage, 1978

Galeria Crêdimus, 1976

Mau-á (1977, Super-8, 16 minutos)
Grupo de amigos viajam de LCD em Mauá. Entre o grupo, está o cantor Cazuza e o próprio diretor do filme.

Escola de artes visuais do Parque Lage, 1977
Galeria Crêdimus, 1978

Canoa Quebrada (1978, Super-8, 22 minutos)
Documentário sobre a cidade de pescadores do litoral do Ceará.
Galeria Crêdimus, 1976

Fome (1978, Super-8, 2,30 minutos)
Do alto de um prédio da Cinelândia vemos, em plano fixo, a palavra FOME, escrita com milho, em letras de dois metros de altura. Os pombos comem o milho se dispersam. 

Dança das cadeiras (2007, DV, 1,45 Minutos, em parceria com Katia Maciel)
Um casal anda em círculos em torno de duas cadeiras. Progressivamente as cadeiras vão sendo jogadas para fora da cena, mas o casal continua andando em círculos.


fotografia e edição: Lucas Parente
produção: N-imagem 



PRINCIPAIS LIVROS:

Parente, André (org.) Preparações e tarefas . São Paulo, Paço das Artes (no prelo)

Parente, André. Cinema et Narrativité. Paris, L’Harmattan, 2005.

Parente, André. Tramas da Rede. Novas dimensões filosóficas, estéticas e políticas da comunicação. Editora Sulina, 2004.

Parente, André e Maciel, Kátia. Redes Sensoriais: arte, ciência e tecnologia. Editora Conta Capa, 2003

Parente, André. Narrativa e modernidade. O cinema não–narrativo do pós-guerra. Editora Papirus, 2000.

Parente, André. O virtual e o hipertextual. Editora Pazulin, 1999.

Parente, André. Sobre o cinema do simulacro. Cinema existencial, cinema estrutural e cinema brasileiro contemporâneo. Editora Pazulin, 1998.

Parente, André. Imagem-máquina. A era das tecnologias do virtual. Editora 34, 1993.

Parente, André e Nagib, Lúcia. Ozu: O Extraordinário Cineasta do Cotidiano. Marcos Zero, 1990.



PRINCIPAIS EXPOSICÕES:

Individuais

André Parente e Chico Filho: Exposição de Monotipias, Fotos, Filmes (Super 8) e Arte Ambiental na Galeria de Arte Crédimus, Fortaleza-CE, 1978.

Situacão Cinema: exposição de videos, instalações e instalações interativas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, outubro a dezembro de 2007. 

Entre-Margens. Alpendre, Fortaleza. Exposição com 2 instalações e videos, 2008.



COLETIVAS INTERNACIONAIS:


Hyper, relações eletro-digitais. Santander Cultural, Porto Alegre, 2004.

Em Tempo Sem Tempo. Paço das Artes, São Paulo, 2005.

Brasil Digital - @rt Outsider. Maison Europeenne de la Photographie, 2005.

Interconnect: between attention and immersion. ZKM, Alemanha, 2006

Filmes de Artistas. Oi Futuro, Rio de Janeiro, 2007

Por um fio. Paço das Artes, 2007

Tecknô n. 5. Oi Futuro, Rio de Janeiro, 2007

Paisagens - Vídeos Brasileiros. Reina Sofia, 2007.




Sites consultados:

http://www.pos.eco.ufrj.br/docentes/prof_aparente.html

www.facebook.com/andre.parente?fref=photo

http://www.cibercultura.org.br/tikiwiki/tiki-index.php?page=Andr%C3%A9+Parente

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Eduardo Kac


 
 





“O que guia a obra é sempre a visão do artista, e não os desenvolvimentos da ciência e da tecnologia. Ou seja, o que interessa verdadeiramente é a arte e a poesia”. 
                              Eduardo Kac.








Eduardo Kac (1962) nasceu no Rio de Janeiro é um artista contemporâneo, pioneiro da arte digital, arte holográfica, arte transgênica e bioarte. Formado em  artes plásticas pela PUC/RJ, nos anos 80 começou a apresentar várias performances satíricas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

O seu reconhecimento internacional surgiu em 1995, pelos poemas holográficos. Kac produziu cerca de 23 poemas holográficos sobre temas poéticos, que ele identificava com o nome holopoesia. Entre eles, Holo/Olho, produzido em 1983 com Fernando Catta-Preta. Em 1997 criou o termo Bioarte – arte inspirada na biologia -  e em 1999, arte transgênica - produção da intersecção da biologia - com a obra Gênesis.

   Holo/Olho - 1983.
         
  Genesis - Áustria, 1999.

Em 1997 também causou polêmica, pois implantou um micro chip em seu corpo. Para ele, era algo simbólico e não tecnológico. O implante acabou se transformando em uma performance artística, chamada de Time Capsule. O processo de criação desse trabalho foi em que ele mesmo introduziu o chip, com a supervisão de um médico, rodeado por reproduções gigantes de fotos da avó ainda jovem. "Queria confrontar uma memória natural com outra que você adquire artificialmente" diz Eduardo Kac.  



 Time Capsule - Brasil, 1997.

Sua estratégia para desenvolver projetos artísticos sugere seu próprio caminho pois, cada uma possui soluções distintas aos problemas estético que Kac define.
 
Em 2000, causou polêmica com sua obra GFP Bunny, onde utilizou de engenharia genética para introduzir genes de fluorescência em células reprodutivas de uma coelha chamada Alba; sob luz azul, o animal resultante emite luz verde.




GFP Bunny - França, 2000.


Para ele o interesse não reside na ciência ou na tecnologia em si, mas no fato de que a pesquisa abre novos caminhos culturais, disponibiliza materiais e as novas ferramentas que permitem ao poeta e ao artista, criar obras raras que seriam impossíveis com os meios tradicionais. Acredita também, que o que guia a obra é sempre a visão do artista, e não os desenvolvimentos da ciência e da tecnologia. Ou seja, o que interessa é a arte e a poesia. 









segunda-feira, 28 de abril de 2014

Renato Cohen




Artista multimídia, pesquisador das mediações e dos novos suportes na cena, autor de experimentos radicais. Atua desde meados de 1980, um dos diretores mais conectados às inovações multimídias e performáticas.

Formado, na graduação, em Engenharia de Produção (USP), Cohen se dedicou, na pós-graduação, aos estudos de teatro, fazendo, desde então, a opção por suas operações prediletas como pesquisador e artista: a radicalidade e mistura, a fusão e alquimia que permitem borrar fronteiras, justamente para avançá-las. Seu tema de pesquisa foi a performance, linguagem da cena teatral que surge no século 20, com vinculação com as artes plásticas.

Dirigiu o grupo Orlando Furioso, pioneiro no uso de espaços não convencionais, tais como bosques, galpões e sites virtuais. Estreou com: Magritte, espelho vivo em 1986, realizou também Sturm and Drang/ Tempestade e Ímpeto, em 1991.

Em 1997 cria o grupo Ka, que torna-se o primeiro grupo a realizar performances em tempo real para audiência na rede. Ao mesmo tempo que encena com pacientes psiquiátricos a peça Ueinzz, Viagem à Babel.

Autor de dois livros importantes no campo da pesquisa em artes cênicas contemporâneas, Performance como linguagem (1988/2003) e Work in progress na cena contemporânea (1998).

Aqueles que se interessam pela criação intermídias e processual, bem como desejam adentrar nos caminhos do pós-teatro, encontrarão no livro de Renato Cohen, Working in progress na cena contemporânea, fontes de pesquisa e inspiração.

Anna Barros

"Eu sou sempre a mais velha, com o trabalho mais novo."




Anna Barros é uma artista multimídia, pesquisadora e curadora. Nasceu em São Paulo, em 1932, morou por sete anos nos Estados Unidos onde iniciou sua carreira na dança de improvisação de Rudolf Laban e se formou no Otis Art Istitute em Los Angeles. Durante o tempo em que esteve por lá, recebeu influência dos artistas locais que exploravam o uso da luz no espaço das instalações.

Ao retornar ao Brasil ingressou seu mestrado na ECA/USP e mais tarde o doutorado na PUC/SP. Foi presidente da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP). Participava de simpósios e congressos nacionais e internacionais e apresenta seu trabalho artístico no Brasil e no exterior desde 1974.

Explora a tecnologia para conseguir novas percepções, seus trabalhos dão ênfase na cor, luz e a transparência. A obra de Anna Barros permeia técnicas diversas tendo passado pela gravura, pintura, escultura com instalações, mas hoje coloca-se no veio da Arte e Tecnologia.

Desde 1993 ela vem trabalhando com animações através do computador, sempre explorando o tema da luz e sua imaterialidade.

Começou a pesquisar a nanotecnologia, foi até São Carlos, no Instituto de Física da USP, para saber como funcionava esta ciência. Em 2008 ela realizou a curadoria da exposição “Nano, Poética de um Mundo Novo”.


Anna deu o primeiro curso de Nanoarte do Brasil, intitulado “NANOARTE: Um novo mundo para a criação de trabalhos de arte”, que teve como objetivo tecer uma trama rizomática entre a nanociência e a arte por meio da apresentação, análise e conteúdo de trabalhos de artistas em colaboração com cientistas.


Segundo Anna, não é possível viver de seus trabalhos de arte. Não são animações comerciais, são muito específicas e abstratas.


Anna Barros faleceu em 26/09/2013





Para ver obras da artista:

Obras de Anna Barros

Canal da Anna Barros no youtube

Mário Cravo Neto

(20 de abril de 1947, Salvador, Bahia/ 9 de agosto de 2009, Salvador, Bahia)


Filho do escultor Mário Cravo Júnior, viveu em Nova Iorque entre 1968 e 1970, onde estudou na Art Student League.
Artista multimídia, Mario Cravo Neto iniciou na escultura, ainda adolescente, antes de começar a fotografar, ofício que também abraçou bem cedo. Andou das artes plásticas ao cinema, mas foi como fotógrafo que inscreveu seu nome no cenário internacional e nacional.
Mário é a expressão máxima da fotografia artística no Brasil, muito antes de que esse conceito ou essa discussão fossem tema de debates. Sua produção ganhou importância pelo estilo inconfundível e impactante.
Em Butterflies and Zebras, exposta na Estação Pinacoteca, em São Paulo, a exposição continha 45 fotografias em preto e branco, “O Fundo Negro e Seus Personagens", que são os ícones de sua produção, seu trabalho mais conhecido que foi editado no livro "The Eternal Now" (Áries Editora), uma instalação com fotos de "Ilé Opó Aganju", trabalho em progresso sobre o candomblé, projetadas nas paredes do espaço.










A curadoria de Diógenes Moura também traz uma projeção de 250 imagens coloridas feitas durante o período em que viveu e estudou em Nova Iorque com sua mulher Eva Christensen, entre 1969 e 1970Os registros revelam um olhar atento para a correria da metrópole, em especial nas ruas e estações de metrô.










“Mario Cravo Neto me falou e mostrou as fotografias. Falou-me apenas: são as fotos que fiz em Nova Iorque. Cada vez que eu olhava cada uma das imagens ficava imaginando de que forma cada uma delas teria sido feita. Juntas, formam uma série. Separadas, cada uma delas representam um instante preciso. São como fotogramas. São ao mesmo tempo fotografia e cinema. Revelam personagens anônimos tornados mais anônimos ainda, caminhantes nas ruas da cidade; recortam figuras descendo as escadas ou dentro do metrô e as levam para dentro numa mesma cédula não identificável: aproxima e afasta gente de automóveis por dentro e por fora. Ali, há a aproximação e distância. Uma cidade dilatada.” Disse Diógenes.
Uma exposição que começou a ser pensada pelo artista e pelo curador em 2006, com o vasculhar de arquivos. Um trabalho de garimpagem nas inúmeras imagens produzidas por ele. Um trabalho que foi interrompido em 9 de agosto de 2009 pela morte do artista. Seu filho, Christian Cravo, também fotógrafo, batalhou para que essa retrospectiva fosse realizada: "Era a vontade do meu pai e precisei lutar judicialmente para que ela pudesse acontecer". Disse ele.
As projeções foram pensadas por Diógenes como um grande cinema pois Mario Cravo sempre quis que sentíssemos o que seria Nova York, por isso são utilizadas trilhas sonoras, e a passagem por dentro onde o espectador é projetado sobre a imagem.

Suas experiências com diversas linguagens pertencem ao seu desenvolvimento como artista plástico. São sua extensão, os tentáculos que ajudam a relacionar com o meio ambiente, consigo mesmo e com o futuro. Deixou o cinema, pois não o agradava o tipo de vida que iria se submeter. Em seus vídeos, ele os dirige, fotografa e edita. Em outras palavras, pode contar a história da sua maneira. A curiosidade, a técnica e as linguagens diferenciadas fazem parte do desenvolvimento de todo artista. Sobre suas fontes de inspiração, disse: "os que me inspiram tem sempre algo de poético. São músicos, artistas, fotógrafos, poetas. Tudo o que me toca me inspira."




domingo, 27 de abril de 2014

Artur Matuck



Um dos maiores pioneiros em arte comunicação no Brasil, Artur Matuck (1949), nasceu em São Paulo. É formado em artes pela ECA/USP e pós graduado em artes visuais em San Diego, pela Universidade da Califórnia. 

Exerce no Brasil, EUA, Canadá e Europa em diversas áreas como professor,pesquisador, escritor, artistas plástico, diretor de vídeo, performer, produtor de eventos de artes e recentemente, como filosofo da comunicação contemporânea e organizador de simpósios - reuniões para debater determinados assuntos - internacionais.
 
A motivação de suas obras tem inspiração ecológica. Em 1977, fez um vídeo chamado Emanatio-Profanatio, referente ao sacrificio de bezerros por um fazendeiro do Estados de Wisconsin  (EUA), movido por razões políticas. Ainda em 1977, Brahminicide mostra o processo tecnológico de matanças de porcos na cidade de Iowa (EUA).

No Brasil, em 1984, inicia sua carreira universitária assumindo a disciplina de multimídia e Intermídia no Departamento de Artes Plásticas na ECA. Atua ainda como professor orientador nos programas de pós- graduação Ciências da Comunicação e em Estética e Historia da Arte, pela USP.

Em 1991, desenvolveu o projeto Reflux ( projeto mundial de telecomunicação e arte).
Participou da 17ª Bienal Internacional de São Paulo, no qual apresentou viodeoinstalação Alpha Centauri Stelo Binara em 1983, a partir desse periodo suas produções artisticas foram produzidas nas Bienais de São Paulo em 1983;1987;1989;1991 e 2002.
 
Atualmente desenvolve pesquisa sobre as formas híbridos de criação textual co-autorada entre agentes humanos e sistemas computacionais.Contudo, elabora projetos de arte telemediática – Projeto Perforum, 1999-2001 e Projeto Interpresença, 2002 – propondo eventos de videocomunicação entre diversos países.



ALPHA CENTUARIO STELLO BINARA - BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO 1983
Sistema de transmissão de 12 monitores formando um circulo, apresentando-se em posição de um álbum; onde são exibidos 3 programas pré-gravados, cada um transmitindo simultaneamente para quatro monitores do circulo; Espaço lúdico composto de 6 monitores, 6 câmeras, 6 gravadores-reprodutores de video e 3 espelhos, permitindo participação do publico na criação de imagens; Sistema de holografias composto de 4 hologramas planos e 1 holograma circular produzidos em colaboração com Fernando Eugênio Catta-Preta; Sistema de som composto de 12 amplificadores, 6 gravadores e 24 caixas acústicas veiculando composições de Carlos Kater.



DISTRADO - MEGGAAN OBSERVES AN HUMAN
Um extraterrestre de Megga relata sua tentativa de se aproximar de um ser humano na Terra. A criação e produção da video-narrativa Distrado-Meggaan Observa um Humano obedeceu a critérios exclusivamente artísticos. Distrado aponta para um questionamento da vigilância e da supervisão do individuo na sociedade contemporânea. A principal tensão revelada na obra ocorre na consciência do personagem-narrador, um alienígena que ao aproximar-se de um ser humano vacila diante deste contacto. O extraterrestre revela-se como um personagem tele-dominado controlado por uma autoridade distante capaz de injetar-lhe ordens.




Instalação em áudio e vídeo. Transcrição de imagens do vídeo Distrado-Meggaan Observa um Humano através de uma tv de varredura lenta. A trilha sonora realizada por Chris Koenisberg interferia nas imagens de ficção científica.

Recentemente, houve um trabalho na USP, dirigido por Artur Matuck, A Arte Como Pratica espiritual. Uma oficina que propôs a experiência em um santuário ecológico em São Paulo, que obteve uma serie de atividades com o contato com elementos da natureza (rios, cachoeiras, trilhas e praias). O artista orientou está oficina através de uma equipe acadêmica ligados pela USP, como pratica espiritual, proporcionando a relação do universo interior, abrangendo diferentes formas de expressão.


A Casa do Índio - Litoral Norte de São Paulo 
Artur Matuck,2014.

VIDEOS:

DISTRADO - MEGGAAN OBSERVES AN HUMAN 1989
http://www.colabor.art.br/arturmatuck/portfolio/video/distrado.php

RISK MACHHINES - 2002